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Mostrando postagens de junho, 2011

O aniversário do Raulzito

Se estivesse vivo, Raul completaria 66 anos hoje Fui surpreendido há pouco com a notícia do aniversário do eterno Raul Seixas. Sem palavras. Sou fã incondicional e, para o bem ou para o mal, posso dizer que Raulzito influenciou muito na formação da minha personalidade. Que você esteja em paz, caro Raul! Obs.: Sobre ele falei aqui , tempos atrás O adeus a Raul Seixas  

Encontro marcado

Ano de 1914. Nos arredores do centro de Zurique, Suíça, uma pequena cafeteria servia de abrigo para aqueles que fugiam dos primeiros ventos do inverno. Sentado junto a uma janela, por onde se via o movimento dos transeuntes em meio ao trânsito cada vez mais tumultuado, um jovem homem detém-se na leitura do jornal enquanto degusta uma xícara de chá. Tinha a pele pálida, os olhos fundos protegidos por duas grossas lentes e o lábio superior envolvido por um bigode de espessura mediana. Não demorou para que o local fosse invadido por um grupo de homens. Pelo sotaque, o homem de bigode concluiu que eram russos. Chamou-lhe a atenção a figura daquele que parecia ser o líder deles. Sua fisionomia peculiar denunciava certos traços orientais. A pele levemente avermelhada e os olhos um pouco puxados. Provavelmente descendia do povo mongol. Sentaram-se a uma mesa situada no lado oposto da cafeteria e logo pediram várias xícaras de café e croissants , enquanto conversavam rapidamente em russo, cer...

Trilhas por onde andei...

Uma parcela mínina da trilha sonora que permeia os caminhos por onde andei... Melancolia? Talvez saudade daquilo que não fui e das épocas que não vivi. Los Hermanos - Conversa de botas batidas Ira! - Receita para se fazer um herói Legião Urbana - Angra dos Reis Engenheiros do Hawaii - Dom Quixote

Quintal das lembranças

 Dois anos sem Michael Nem parece, mas hoje, dia 25 de junho, completaram-se dois anos desde o dia em que o mundo todo ficou assombrado com a notícia do falecimento de Michael Jackson. Sem entrar em detalhes sobre a sua vida, em especial os últimos anos em que viveu recluso, afastado da mídia, a não ser quando respondia em juízo as acusações que lhe eram feitas, prefiro recordar o artista genial que Michael foi, seja como cantor, compositor ou dançarino. Obrigado por nos deixar sua arte de herança... R.I.P., Michael! Jackson 5 - Ben (1972) Billie Jean (1983) - Aniversário de 25 da Motown. Primeira vez  que Michael executa o "moonwalk" Say Say Say (1983) - Dueto com Paul McCartney  We are the world (1985) - USA for Africa - Canção de autoria de Michael Jackson e Lionel Richie.

O cemitério do Père-Lachaise

Num primeiro momento, pode soar macabro para os menos desavisados, mas não é de hoje que diferentes culturas empregam símbolos, cada qual com um significado específico, na ornamentação de sepulcros dos entes falecidos. Tamanha variedade simbólica deu origem a um ramo peculiar das artes - a arte tumular. Em Paris, situa-se aquele que é considerado pelos especialistas o cemitério mais famoso do mundo, o cemitério do Père-Lachaise. Lá estão sepultadas várias personalidades, entre elas os escritores Honoré de Balzac, Oscar Wild e Marcel Proust, o pintor Eugène Delacroix, a cantora Édith Piaf, o compositor Frédéric Chopin, o codificador da doutrina espírita, Allan Kardec, e o líder da banda The Doors, Jim Morrison, isso só pra citar alguns. Para quem se interessar, é possível fazer um tour virtual pelo cemitério, visitando o site oficial: http://www.pere-lachaise.com/ Túmulo da cantora francesa Édith Piaf Local de descanso do compositor polonês Frédéric Chopin Sepulcro do cantor Ji...

A poesia de Donizete Galvão

SIMULACROS                               Para Christina Menezes de Azevedo Senhoras e senhores, o circo já ergueu sua lona. Vêm o prefeito, a beldade, as mulheres da zona. Todos se divertem com o espetáculo do ilusório. Está aberto o reino do precário e do provisório. Rufam todos os tambores, abrem-se as cortinas. Nossa trupe mambembe exibe suas dores e sinas. A orquestra toca Bolero : o ritmo vai crescendo. O fraque do maestro tem no braço um remendo. Eis Crystal Kimberley, a rainha do strip-tease . Saiu do sertão do Sergipe, de nome Wandernise. A mulher-rã, contorcionista vinda do circo russo, Depila pernas e sovacos, mas se esquece do buço. Com vocês, uma feroz leoa da savana africana. Barriga vazia, não come gato há uma semana. A pássara Tatiana, trapezista bela e impávida, Esconde do amante domador que está grávi...

O trapézio de Órion

Naquele minuto, sentiu que havia envelhecido uns cinquenta anos. Era como se seu sangue doce e jovem repentinamente tivesse adquirido a tonalidade turva do rio cujas águas cristalinas vão se misturando às terras adormecidas de um leito assoreado. O vento frio que soprava na copa das árvores recobrou-lhe os sentidos. Sentiu o corpo estremecer e lembrou-se que de fato já haviam se passado mais de cinquenta anos. As têmporas acinzentadas que diariamente fitava no espelho do banheiro não o deixavam mentir. Com as mãos cerradas, esfregou os olhos e voltou o rosto para o céu. Sentia-se reconfortado ao reencontrá-las ao longo dos anos, sempre no mesmo local: Mintaka, Alnilan e Alnitaka, as três Marias, que reunidas formavam o cinturão da constelação de Órion. A mania de contemplar o céu nas noites límpidas herdara do pai, astrônomo amador, poeta errante e esquizofrênico. Jamais decorara o nome ou a posição das demais constelações, para desgosto paterno. Contudo, por algum inexplicável ...

Considerações sobre o Tempo

Creio que uma das molas impulsionadoras da Revolução Industrial e de todo o avanço tecnológico que hodiernamente vivenciamos é a necessidade do homem em otimizar o tempo de que dispõe. Nesse sentido, os produtos que a cada dia deságuam no mercado se afiguram como verdadeiros operadores de milagres, na medida em que prometem reduzir o tempo despendido em certas tarefas, transmitindo a nós, consumidores, a falsa ilusão de que no final das contas ainda nos restam alguns minutos a serem aproveitados no final do dia. Paradoxalmente, a humanidade nunca experimentou dias tão assoberbados de compromissos e tarefas como os de hoje. E, de consequência, vigora a lei do egoísmo, pois soa cada vez mais absurdo despender o tempo próprio em benefício do próximo. Com rara sensibilidade, Fabrício Carpinejar tratou desse assunto, o qual tem sido um tema caro aos homens de hoje. A crônica se chama "Tempo é Ternura". TEMPO É TERNURA Viver tem sido adiantar o serviço do dia seguinte. No do...

OFÍCIO DA POESIA

Ainda é noite alta quando o poeta Descreve no céu um sol estático Trazendo a lume coisas há muito Adormecidas em sua solidão:   Um escorpião de vidro A moedinha de prata, presente do [bisavô O retrato de Maria no fundo da gaveta Tocado na face pelos dedos amarelos Do tempo   O poeta escafandrista vasculha Almas revoltas imersas em destinos [incertos E à tona, quase sem ar É senhor dos mais recônditos segredos Encerrados em câmaras de chumbo   E das tardes vazias e mortas O poeta procederá no destilo Do vinho novo e temperado Para que todos celebrem, à mesa, A chuva de nêutrons no coração da [supernova, A cidade desvencilhada, O princípio do novo   * * *   Goiânia, junho de 2006

«E N T R E A S P A S»

"A luz acha que viaja mais rápido que tudo, mas está errada. Não importa quão rápido a luz viaje, ela descobre que a escuridão sempre chega antes e está à sua espera" Terry Pratchett (1948) - escritor inglês     Ouvindo agora: Neil Young - Old Man

Quintal das lembranças

Fernando Sabino o homem que morreu menino Fernando Tavares Sabino (BH, 12/10/1923 - Rio, 11/10/2004) foi, ao lado do amigo Rubem Braga, um dos maiores representantes da crônica brasileira. Mas não limitou-se a esse gênero literário. Com mais de cinquenta livros publicados, dois romances de sua lavra ocupam lugar de destaque na literatura brasileira do século XX e disputam entre si a posição de obra prima do autor: O encontro marcado (1956) e O grande mentecapto (1959). O escritor, tido como um dos mais populares e queridos do país, foi vítima da execração por grande parte da imprensa a partir dos anos 90. Mais precisamente em 1991, quando foi lançada a biografia da ex-ministra do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello, intitulada Zélia, uma paixão . Naquela altura dos acontecimentos, um escritor da importância de Fernando Sabino escrever a biografia de uma ministra que ficou marcada na história do país pelo confisco da poupança não pegou bem. E a partir daí Sabino rompeu com a im...

A TV Manchete vive!

Ok, ok! Tá certo que eu disse que esse blog seria suspenso por tempo indeterminado, mas não poderia deixar de compartilhar a descoberta do dia de hoje. Trata-se do site Rede Manchete , que abriga vasto conteúdo de vídeos e imagens relacionados ao extinto canal pertencente ao grupo Bloch, o qual encerrou suas atividades oficialmente em 10 de maio de 1999, sendo posteriormente substituído pela Rede TV! Pra quem foi criança e adolescente nos dourados anos 80, é um prato cheio de lembranças, principalmente pelas séries japoneas como Jaspion, Changeman, Jiraya e tantas outras. Vale a pena perder um pouco de tempo e dar uma passeada por lá. Em tempo: durante minha visita habitual ao Kibe Loco , vi esse vídeo que é um dos melhores que encontrei na net. Trata-se de um transeunte que diz ser um advogado chamado Mario Darius. Ao ser interpelado sobre questões sociais e políticas do país, ele retorna com respostas extremamente sinceras, apesar do escracho. E infelizmente, após duas décadas dess...

Deslingando... ou não!

  Blog desativado por tempo indeterminado. Sem mais, G. R. Legião Urbana - O teatro dos vampiros

Cançonetas românticas

" O amor? Pássaro que põe ovos de ferro ". Mas ainda que assim seja, " Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura ". Isso é Guimarães Rosa, meu povo! Aproveitem o domingão aí! Até mais... Neil Young - Harvest moon She - Charles Aznavour Elvis Presley - Always on my mind Joe Cocker - You are so beautiful

Aviso aos amantes

Nobres são os corações que se expõem aos ímpetos do amor. Para o senhor e para a senhora que vão desfrutar a cumplicidade de olhares e partilhar juras de eterno amor neste domingo, feliz dia dos namorados! E para aqueles que ainda buscam o yang do seu yin , a metade da laranja, a tampa da panela, a sua cara metade, enfim, sejam pacientes. Afinal, como sabiamente escreveu Chico Buarque, não se afobe não, que nada é pra já / o amor não tem pressa, ele pode esperar ... É, a esperança pode ser uma espera enorme. Todas as cartas de amor... Fernando Pessoa   (Poesias de Álvaro de Campos)   Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar po...

Greta Garbo e o massacre dos pombinhos

Crônica "pescada" no Blog do Xico Sá   Uma semana infame para as damas e cavalheiros solitários. Que massacre. O romantismo como pacote de bugigangas: celulares, ipads, jantares finos, viagens, auto-ajuda, dvds. De Armani ao camelô, só se vendeu o amor. A ditatura dos pombinhos, a felicidade em suaves prestações, sem juros. Mas com o   risco de tomar um pé na bunda antes de liquidar a fatura do cartão de crédito. O maldito cupido de vitrine flechando os casais passantes, a cidade como um grande canteiro de baldes de flores. E você ainda com aquela obrigação muito romântica de uma baita performance na cama, mesmo depois de uma década de acasalamento. Como disse o Chaves ao Palocci, “fuerza, fuerza, camarada!” A amiga B. desde ontem estava em pânico. Sozinha, odeia a efeméride pombilínea, blasfema aquelas obviedades todas, fala da hipocrisia etc. Mas o que a faz mais puta ainda é o almoço de amanhã, em plena data, o enrosco –verdadeiro ou falso- dos casais, dia e...

TOCANTINS

Bandeira do Estado do Tocantins Uma pequena homenagem ao meu Estado natal, que sempre levarei comigo em minhas lembranças, aonde quer que eu vá. TOCANTINS Composição: Lucimar Água doce no riacho, ali Correnteza, cachoeira, aqui Jaçanã, jandaia, sanhaçu Araçá, marmelo, babaçu Amarelo da cor de capim Um deserto verde, Jalapão Viajante pé no chão, Bonfim E esse rio que desagua afim Tucanos, araras, coivaras, Tocantins Carajás dançando, Coxini Javaés cantarolando assim Canoa, pescador, avoa passarim Nunca vi tanta beleza enfim Natureza transbordando em mim