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Mostrando postagens com o rótulo Música brasileira

História do Samba

Pra quem gosta de samba de verdade, e deseja conhecer a fundo as raízes desse gênero musical, bem como a história dos artistas que o tornaram popular, aí vai o endereço certo: http://receitadesamba.blogspot.com.br/

Criolo Doido

O cara é foda mesmo. Depois de ter sido homenageado publicamente por Chico Buarque durante um show deste, em agradecimento à versão do rapper para a música "Cálice", Criolo se consagrou como o grande vencedor do VMB 2011, faturando os prêmios de Melhor Disco com o álbum Nó na Orelha (2010) , Melhor Música, com a canção Não existe amor em SP , além de ter sido escolhido o artista Revelação. Justo reconhecimento de um artista que há um bom tempo vem trabalhando duro nas quebradas do cenário musical brasileiro. E a boa notícia: o cara disponibilizou o disco Nó na Orelha pra download em seu site pessoal. Só dar uma conferida: www.criolo.net Cálice (por Criolo) Como ir pro trabalho sem levar um tiro Voltar pra casa sem levar um tiro Se as três da matina tem alguém que frita E é capaz de tudo pra manter sua brisa Os saraus tiveram que invadir os botecos Pois biblioteca não era lugar de poesia Biblioteca tinha que ter silêncio, E uma gente que se acha assim muito sa...

SABIÁ

Vou voltar Sei que ainda vou voltar Para o meu lugar Foi lá e é ainda lá Que eu hei de ouvir cantar Uma sabiá Cantar uma sabiá Vou voltar Sei que ainda vou voltar Vou deitar à sombra De uma palmeira Que já não há Colher a flor Que já não dá E algum amor Talvez possa espantar As noites que eu não queria E anunciar o dia Vou voltar Sei que ainda vou voltar Não vai ser em vão Que fiz tantos planos De me enganar Como fiz enganos De me encontrar Como fiz estradas De me perder Fiz de tudo e nada De te esquecer Vou voltar Sei que ainda vou voltar Para o meu lugar Foi lá e é ainda lá Que eu hei de ouvir cantar Uma sabiá Cantar uma sabiá  ( Tom Jobim / Chico Buarque )

Hey, anos 80!

Hey! Anos 80! Charrete que perdeu o condutor Hey! Anos 80! Melancolia e promessas de amor Melancolia e promessas de amor... (Anos 80 - Raul Seixas)  Não sei qual é a mágica que envolve essa década. Talvez porque seja aquela em que as portas foram fechadas para a ditadura, dando lugar aos gritos de democracia e liberdade. As vozes silentes finalmente puderam expressar suas opiniões. A pátria que sonhava com a "volta do irmão do Henfil" finalmente assistiu de braços abertos o regresso dos seus filhos exilados.  Uma nova juventude surgiu, e com ela a sensação de que jamais seríamos tolerantes com qualquer forma de repressão à liberdade de expressão. Muita coisa mudou para melhor, mas outras nem tanto. Os corruptos continuam no poder, conduzindo este país por caminhos obscuros. O inimigo já não é mais o "grande monstro verde do mal". Ele pode ser seu vizinho, seu irmão, pode estar dividindo a mesa com você neste exato momento. Sequer reconhecemos a nós própr...

Falando dessas histórias de amor...

E falando dessas histórias de amor que se encerram vazias de gestos, com a desconstrução de sonhos, afogadas em lágrimas; e outras tantas culminando em vulcões de ódio, o gosto amargo do fel invadindo as manhãs... e assim, desde sempre, uma história se enredando na outra, tal qual uma mortalha trabalhada pelas mãos do tempo, sem prazo para terminar. Soneto de separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.     Oceano Atlântico, a bordo do Highland Patriot, a caminho da Inglaterra, 09.1938 (Vinicius de...

Trilhas por onde andei...

Uma parcela mínina da trilha sonora que permeia os caminhos por onde andei... Melancolia? Talvez saudade daquilo que não fui e das épocas que não vivi. Los Hermanos - Conversa de botas batidas Ira! - Receita para se fazer um herói Legião Urbana - Angra dos Reis Engenheiros do Hawaii - Dom Quixote

Aviso aos amantes

Nobres são os corações que se expõem aos ímpetos do amor. Para o senhor e para a senhora que vão desfrutar a cumplicidade de olhares e partilhar juras de eterno amor neste domingo, feliz dia dos namorados! E para aqueles que ainda buscam o yang do seu yin , a metade da laranja, a tampa da panela, a sua cara metade, enfim, sejam pacientes. Afinal, como sabiamente escreveu Chico Buarque, não se afobe não, que nada é pra já / o amor não tem pressa, ele pode esperar ... É, a esperança pode ser uma espera enorme. Todas as cartas de amor... Fernando Pessoa   (Poesias de Álvaro de Campos)   Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar po...

Samba no Quintal

Não, não basta ter inspiração Não basta fazer uma linda canção Pra cantar samba se precisa muito mais O samba é lamento, é sofrimento,  É fuga dos meus ais (Candeia - Pintura sem arte) Uma pequena compilação de sambas com alguns dos principais representantes do gênero na atualidade. Fundo de Quintal e Jorge Aragão - Lucidez Zeca Pagodinho e Almir Guineto - Lama nas ruas Beth Carvalho e Arlindo Cruz - Saudade louca Jorge Aragão e Elza Soares - Malandro

A parceria Toquinho e Vinicius

  Naquela altura, a crítica já havia decretado a "aposentadoria" do Vinicius. O consideravam velho e acreditavam que seus serviços prestados à música brasileira se encerrara com a Bossa Nova. Foi quando um novo parceiro surgiu nos idos de 1969. Jovem ainda, o rapaz de 22 anos era visto com desdém. E paulista, ainda por cima - Vinicius e a Bossa Nova representavam a tradução musical do Rio de Janeiro. Mas não contavam, os críticos, com o talento daquele rapaz, de violão refinado e capaz de escrever belas melodias. Aliado à genialidade de Vinicius como letrista, a dupla não poderia ter outro destino senão o sucesso de público. Em onze anos de parceria foram mais de mil shows ao redor do mundo e cerca de 130 canções gravadas. Feitos pai e filho, Vinicius e Toquinho se completavam.   Em 1974, caminhando pelas Ruas de Firenze, Itália Cotidiano nº 2 Ela é carioca Meu pai Oxalá A tonga da mironga do kabuletê

Na asa do vento

João do Vale Deu meia noite, a lua faz um claro Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste A aranha tece puxando o fio da teia A ciência da abeia, da aranha e a minha Muita gente desconhece Muita gente desconhece, olará, viu? Muita gente desconhece Muita gente desconhece, olará, tá? Muita gente desconhece A lua é clara, o sol tem rastro vermelho É o mar um grande espelho onde os dois vão se mirar Rosa amarela quando murcha perde o cheiro O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheirar Todo mundo quer cheirar, olará, viu? Todo mundo quer cheirar Todo mundo quer cheirar, olará, tá? Todo mundo quer cheirar Na asa do vento - Caetano Veloso

Quintal das lembranças

Raphael Rabello "O melhor violonista que eu já ouvi em anos. Ele ultrapassou as limitações técnicas do violão, e sua música vinha progressivamente de sua alma, diretamente para os corações de quem o admirava" Paco de Lucía - violonista flamenco "A música e o seu estilo único de tocar o violão fazem falta, apesar de termos admiráveis “sucessores” como o Yamandú Costa e o Alessandro Penezzi, dois monstros, mas o Raphael tinha um estilo diferente, ele conseguia transitar por mundos diferentes dentro da música e não ficava preso ao mundo do violão instrumental, ele fazia parcerias fantásticas com grandes vozes da música brasileira" Andreas Kisser - guitarrista   Seja na música, na literatura ou em qualquer outra das grandes artes, existem aqueles indivíduos que se destacam por serem realmente bons, ou seja, acima da média, ou ainda, excelentes, pertencentes a um seletíssimo grupo que conseguiu atingir o ápice dentro de determinada expressão artística. Há, ai...

A poesia de Paulo César Pinheiro

Há muito tempo admiro o trabalho do carioca Paulo César Pinheiro como letrista e compositor. O início do sucesso de P.C. Pinheiro deu-se a partir da parceria estabelecida com o violonista Baden Powell em 1965, que ganhou vida na voz da inesquecível Elis Regina. A partir daí, vários nomes perfilaram-se ao seu: Tom Jobim, Edu Lobo, Toquinho, Dori Caymmi, Ivan Lins, João Nogueira e muitos outros. Com João Nogueira, de quem foi um grande amigo, Pinheiro compôs inúmeros sambas que foram imortalizados pela mineira Clara Nunes, com quem ele foi casado. Aos poucos estou conhecendo o trabalho de P.C. Pinheiro na seara da poesia. Espero adquirir em breve algum livro seu. A julgar pela sua qualidade como compositor, Paulo César Pinheiro já pode ser considerado um dos grandes nomes da poesia brasileira contemporânea. VIDÊNCIA Eu vi uma velha, um velho e vi um menino. E sobre as mãos e o colo da anciã Eu vi a renda, a agulha, o bilro e a lã Com que tecia as malhas do Destino. Eu vi uma ve...

Na onda do Samba Rock

Capa do Disco Jorge Ben - 1969 Mais uma semana começando, todo mundo reclamando em acordar cedo na segunda... nada  melhor que um bom Samba Rock pra renovar as energias neste resto de domingo! Zazueira - Jorge Ben Jor Kriola - Trio Mocotó Bebeto - A beleza é você, menina Originais do Samba - Do lado direito da rua direita Abílio Manoel - Tudo azul na América do Sul Trio Mocotó - Voltei, amor Seu Jorge - Te queria * * * Pra quem se interessa pelo gênero, esse site é uma grande pedida: http://arquivodosambarock.blogspot.com/

Quintal das lembranças

Os Novos Baianos Passaram-se os anos, o mundo vertiginosamente mudou de direção e os sonhos de outrora hoje mais se assemelham com aquarelas infantis esquecidas na gaveta de um cômodo antigo. Mas na esteira do tempo, a epopeia musical engendrada  pelos Novos Baianos parece não ter envelhecido. Tudo começou quando um jovem garoto chamado Moraes Moreira (Antônio Carlos Moreira Pires) partiu do interior baiano, mais precisamente da pequena Itauçu, encravada na Chapada Diamantina, rumo a Salvador, com a intenção de cursar Medicina. Artista desde cedo em seu recanto natal, não demorou muito para que Moraes enveredasse por esse caminho. Entrou para o Seminário de Música da Bahia, onde conheceu o músico Tom Zé, de quem chegou a ser aluno. Foi Tom Zé que apresentou Moraes a Luiz Galvão, misto de engenheiro e poeta, e os dois tornaram-se os principais compositores dos Novos Baianos. Não demorou muito para que um terceiro integrante viesse a juntar-se aos dois - Paulinho "Boca de Canto...

Quintal das lembranças

 Zé Rodrix (25/11/1947 - 21/05/2009) Posso dizer sem medo que em todas as áreas que atuou, Zé Rodrix foi um cara acima da média. Como músico multi-instrumentista (dominava o piano, violão, acordeon, flauta, bateria, saxofone e trompete), pouco ou nada precisa ser acrescentado ao que já foi dito e escrito pelos críticos. Exímio pianista, ele foi o nosso Ray Charles, seu grande ídolo. Como compositor, inovou a música popular brasileira ao criar, juntamente com os parceiros Sá e Guarabyra, o folk nacional, batizado de Rock Rural. Quem não sabe cantarolar alguns versos da bela "Casa no campo", imortalizada pela Elis Regina? Segundo ele, a música foi composta aqui em Goiânia, ocasião em que viajavam em turnê pelo país, em um quarto de hotel pestilento tomado por percevejos. Também foi publicitário e escritor. Na publicidade, criou jingles para marcas e empresas famosas, como Chevrolet, Marisa, Extra, Pepsi. Como escritor, atividade que passou a desempenhar com afinco a partir ...

Sobre Roberto Carlos - o "rei"

Falando de outro Braga, também natural de Cachoeiro do Itapemirim - ES (seriam parentes, afinal?), que não é o Rubem... Antes de se tornar um cantor enfadonho das mesmas velhas canções melosas do especial de fim de ano da Globo, o "rei" Roberto Carlos passou por alguns períodos interessantes em sua longeva carreira. Talvez a mais obscura dessas fases seja aquela que culminou com o declínio da Jovem Guarda, em que desapareceram da sua música os temas pueris, como carangos envenenados e garotas no escuro do cinema, para dar lugar às temáticas "adultas", como crises existenciais, relacionamentos amorosos, filosofia, religião e t ais c oisas. Foi nesse período de transição que Roberto Carlos lançou um disco muito interessante, mais precisamente em 1971, com nítidas influências da black music americana. Mas uma canção em especial deste bolachão seria um divisor de águas na sua carreira - Detalhes -, que nada tinha desses elementos da música negra estadunidense, mas ...

Eternamente Vinicius

"Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural" Carlos Drummond de Andrade "Se eu tivesse, se eu tivesse muitos vícios, o meu nome, o meu nome era Vinicius... se estes vícios fossem muito imorais, eu seria o Vinicius de Moraes" Provocação criada pelos amigos do poetinha Balada do mangue Pobres flores gonocócicas Que à noite despetalais As vossas pétalas tóxicas! Pobre de vós, pensas, murchas Orquídeas do despudor Não sois Lœlia tenebrosa Nem sois Vanda tricolor: Sois frágeis, desmilingüidas Dálias cortadas ao pé Corolas descoloridas Enclausuradas sem fé, Ah, jovens putas das tardes O que vos aconteceu Para assim envenenardes O pólen que Deus vos deu? No entanto crispais sorrisos Em vossas jaulas acesas Mostrando o rubro das presas Falando coisas do amor E às vezes cantais uivando Como cadelas à lua Que em vossa rua sem nome Rola perdida no céu... ...