terça-feira, 5 de abril de 2011

Mar onipotente


MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

(Fernando Pessoa


AMOR II

Na calma da tarde
vem um pensamento.
Partir para sempre.
Só. No adeus do vento.

Vão as velas côncavas
sobre o mar aberto
vão levando o amor
ao destino certo.

Turva calmaria
afunda o verão.
Naufragado amor.
O amor é somente
uma dessas cousas
que vêm e que vão.
 (H. Dobal - poeta piauiense)


Chico Buarque - Tanto mar

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