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O velho Clint salva o macho da extinção

Por Xico Sá



E o mundo não se acabou.

O crepúsculo do macho-jurubeba, inimigo público declarado dos novos costumes metrossexuais, foi adiado mais uma vez.
O responsável pela façanha foi, para variar, o velho Clint, Clint Eastwood, 80, que na semana passada vetou o uso de photoshop na capa da reviste “M”, do jornal francês “Le Monde”.
Só o Peréio e o Clint salvam.
Homem que é homem não pode se envergonhar das rugas que fizeram residência nos seus rostos.
Outro que também se revelou adepto do jurubebismo, para nossa surpresa, foi o físico britânico Stephen Hawking, que completou ontem 70 anos.
Com dois casamentos e três filhos, revelou que pensa mais nas mulheres do que nos mistérios do buraco negro e outros enigmas do cosmo. Bravíssimo.
Além do Clint, do Peréio e agora do Hawking, especula-se sobre a existência de uma meia dúzia do gênero no Brasil.
No Crato, por exemplo, existiriam dois, ali na subida da serra a caminho do Exú.
Há quem diga ter visto outro na Mooca, SP. Um quarto teria catalogado na Bomba do Hemetério, no Recife.
Você conhece algum?
Ajude-nos a localizá-lo. Campanha de utilidade pública para salvar estes seres da extinção.
Falo do macho roots, conservado em barris de carvalho, o homem ainda com todos os seus defeitos de fábrica, todos os componentes em ordem.
É, ainda há esperança, velho Clint. Os machos ainda não dançaram de vez, como dizia o título daquele romance de mr. Norman Mailer.

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