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CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL

Da esq. p/ dir.: John Fogerty, Doug Clifford, Tom Fogerty e Stu Cook




Poucas bandas encarnaram tão a sério a máxima que diz “uma banda de rock é feita de homens e riffs” quanto o Creedence. Foi no ano de 1958, quando os amigos de um colégio de São Francisco, Califórnia, John Fogerty (guitarra e vocal) e Doug Clifford (bateria), resolveram criar uma banda de rock. Após os primeiros ensaios, resolveram convidar um outro colega de classe, Stu Cook (baixo), para integrar o conjunto. Nascia o Blue Velvets.

Posteriormente, o irmão mais velho de John, Tom Fogerty, que já era conhecido na cena local como integrante de outro conjunto, convidou o Blue Velvets para acompanhá-lo na gravação de uma demo. Surgia o Tommy Fogerty and The Blue Velvets. O grupo então foi batizado de Creedence Clearwater Revival, inspirado no nome de um amigo de Tom, Credence Nuball. Já o termo Clearwater faz referência a uma marca de cerveja da época. E Revival, que em português significa “renovação”, reproduzia o sentimento do grupo que acabava de nascer.

A banda, porém, vivia tempos difíceis, já que o máximo que conseguia era realizar alguns shows pela costa oeste americana. Atravessando dificuldades financeiras, o sucesso veio a partir do verão de 1967, quando o Creedence regravou a música Suzie Q, de Dale Hawkins, tornando-se um grande sucesso nas rádios, antes mesmo do lançamento do primeiro disco da banda.

Em 1969, o Creedence lança 3 discos, sendo que um deles continha um dos maiores sucessos da banda, a canção Proud Mary. Nessa época, a revista Rolling Stone elege o Creedence a maior banda de rock americana, chegando a figurar no topo da lista de singles da Billboard, o que não deixa de ser um fato notável, já que o mundo do rock experimentava a todo vapor a invasão inglesa, capitaneada, obviamente, pelos Beatles. A confirmação do sucesso veio com o festival de Woodstock, onde fizeram um show memorável.

No ano de 1970 foi lançado o álbum Pendulum, que trazia entre suas canções aquela que transformou-se no maior sucesso do grupo – Have you ever seen the rain? – transformada em hino e regravada por artistas no mundo inteiro.

Mas com o sucesso vieram as brigas. John Fogerty era o principal artista da banda. Vocalista de voz grave e anasalada, guitarrista competente e compositor de grande parte dos maiores sucessos do grupo, os outros integrantes assumiam uma posição secundária em relação a ele, o que gerava grande incômodo.

Em 1972 John Fogerty separou-se do conjunto e seguiu uma promissora carreira solo. Em 1990 o irmão de John, Tom Fogerty, morreu de problemas respiratórios decorrentes do vírus HIV. O baterista Doug Clifford e o baixista Stu Cook montaram o Creedence Clearwater Revisited, que se apresenta até os dias de hoje, tocando os clássicos que fizeram sucesso com o Creedence original. Mas a verdade é que os quatro, juntos, escreveram uma das mais belas – e importantes – páginas da história do rock.


Have you ever seen the Rain?



Heard It Through The Grapevine


John Fogerty cantando Who'll Stop The Rain

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