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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

O estudo da gramática

por Rubem Fonseca Você está triste? Não sei. Talvez. Tristeza dá câncer, sabia? Pensei que dava verruga no nariz. Estou falando sério. Ultimamente você vive falando sério. Quando eu brincava você reclamava. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Você colocou vírgula depois de mar. Estou falando, não estou escrevendo. Mas na sua fala tinha uma vírgula depois de mar? Não. Você está fazendo uma análise sintática e morfológica da frase? Na frase há o uso da figura de sintaxe chamada elipse. Chega. É por coisas assim que eu não quero mais viver com você. Porque eu sei gramática e você não? Entre outras coisas. Não gosta mais de foder comigo? Usarei uma elipse aqui. Ou melhor, uma zeugma. Zeugma é um substantivo masculino. Um zeugma, então. Significando? Que é fácil subentender. Subentender por que você não gosta mais de foder comigo? Precisamente. Pensa. Estou pensando e não consigo. Pensa em nós dois na cama. Você sempre se manifesta pomposamente na hora do orgasm...

MATINAS

Somente após despir-se a noite Do seu negro véu ornado de sonhos e estrelas É que pode despertar manhã Abraçada pelas brumas do futuro Na flor matinal do seu  sorriso Colho meu sol De cada dia Glauber R.

Soneto de carnaval

por Vinicius de Moraes Distante o meu amor, se me afigura O amor como um patético tormento Pensar nele é morrer de desventura Não pensar é matar meu pensamento. Seu mais doce desejo se amargura Todo o instante perdido é um sofrimento Cada beijo lembrado uma tortura Um ciúme do próprio ciumento. E vivemos partindo, ela de mim E eu dela, enquanto breves vão-se os anos Para a grande partida que há no fim De toda a vida e todo o amor humanos: Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo Que se um fica o outro parte a redimi-lo. Oxford, 02.1939

Nauro em primeira pessoa

Sensacional documentário retratando a poesia e o cotidiano do genial poeta maranhense Nauro Machado, onde o próprio despe-se de qualquer pudor para dar vida aos seus versos.

Camões, nosso "pai"

1524 ou 1525: Datas prováveis do nascimento de Luís Vaz de Camões, talvez em Lisboa.  1548: Desterro no Ribatejo; alista-se no Ultramar.  1549: Embarca para Ceuta; perde o olho direito numa escaramuça contra os Mouros.  1551: Regressa a Lisboa.  1552: Numa briga, fere um funcionário da Cavalariça Real e é preso.  1553: É libertado; embarca para o Oriente.  1554: Parte de Goa em perseguição a navios mercantes mouros, sob o comando de Fernando de Meneses.  1556: É nomeado provedor-mor em Macau; naufraga nas Costas do Camboja.  1562: É preso por dívidas não pagas; é libertado pelo vice-rei Conde de Redondo e distinguido seu protegido.  1567: Segue para Moçambique.  1570: Regressa a Lisboa na nau Santa Clara.  1572: Sai a primeira edição d’ Os Lusíadas .  1579 ou 1580: Morre de peste, em Lisboa. (fonte: Vidas Lusófonas ) Para quem acha que a poesia de Luís Vaz de Camões pertence ao passado, nada melhor do que reler...